Eu trabalhava em Porto Alegre das 9h as 18h, chegava em Cachoeirinha por volta de 19h, e ainda pedalava 7 km da casa dos meus sogros onde até então vivíamos, e íamos verificar como estava ficando nosso bairro, nossa casa, e planejar como disporíamos os nossos móveis naquele ambiente de 44m². Levando garrafas de água para bebermos, claro, pois na época a Corsan ainda não tinha feito a abertura da vala, e algo pra beliscarmos já que não havia comércio próximo, juntamente com uma fita crepe para marcação de como imaginávamos que organizaríamos nossa cozinha, nossa sala, nosso quarto, e ali passávamos algumas horas de nosso descanso.
Numa dessas visitas a nossa futura residência, pedalando para chegarmos lá o mais rápido possível e ver se já tinham feito a ligação de água, quando estávamos quase na metade do caminho eu avistei um filhote de gato, extremamente pequeno possivelmente recém nascido, bem amarelinho e quase no meio fio, correndo risco de ser atropelado e ter um destino bem comum para os gatos ali nas redondezas. Caso você não saiba, eu tenho um carinho enorme por gatos. Sempre gostei deles, desde pequena. Meu coração derreteu naquele momento, não podia ficar indiferente àquele pequeno filhote indefeso ali sujeito a perder sua vida por descuido ou fraqueza, já que não sei a quantos dias ele estava faminto e vagando desnorteado.
Meu marido ama gatos também, então saímos à procura do possível dono na vizinhança. Ninguém sabia de quem era o pequeno filhote. Não encontramos ninguém responsável por ele.
Naquele ponto já tínhamos nos apegado a ele.
Decidimos adotá-lo. Colocamos ele cuidadosamente na mochila e o levamos de volta à casa dos meus sogros. Separamos uma porçãozinha de leite e deixamos ele a vontade no quarto. Pedalamos novamente os 7 km até nosso bairro, porém desta vez não víamos a hora de retornar e ver como estava o mais novo membro da família.
A foto abaixo foi tirada no dia que ele chegou ^.^
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